terça-feira, 22 de março de 2011

Pré-ocupação

De repente sangra. E faz sangrar. Porque não sai do pensamento. E ocupa.
Cabeça vazia, oficina do diabo? Já não tenho certeza. Pode ser que o diabo faça oficinas mais produtivas nas cabeças mais ocupadas com pensamentos. Tem mais recurso. Mais material.
Cabeça pré-ocupada com causas, consequências e a eterna dúvida: onde foi que errei? Pré-ocupada também com o constrangimento que sempre é.Qual minha culpa? Você me perdoa?
De repente a certeza de que não tenho certeza sobre a vontade de não ser mãe. Melhor que o destino não decida por mim, afinal.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Objetivo, atitude, resultados

Todos concordamos que a toda ação corresponde uma reação de igual intensidade, mesma força e sentido contrário. Mas quando essa ação se trata de uma atitude executada através das palavras, preocupa se ela não vai chegar a um objetivo diferente do planejado. Aliás, a chance disso acontecer é tão grande quanto o número de ditados populares que a confirmam. Neste minuto consigo pensar em pelo menos três: "o tiro saiu pela culatra", "a vaca foi pro brejo", "é o mesmo sol que derrete a cera e seca a argila".
Quantas vezes uma palavra não foi dita com um objetivo e acabou colocando tudo a perder? É que as palavras produzem ecos. Somente um deles vai acertar o objetivo. Outros vão nos fazer ficar cada vez mais longe dele. É a mesma palavra que te faz abrir os olhos e fechar o coração. Você tem noção de quanto mal faz aos outros por causa dessa maldita necessidade de falar? É que você não sabe, mas se prestar atenção perceberá que as tuas palavras são guiadas pelos seus propósitos menos conscientes. E que eu não perceba quais são eles, pois há o risco de que coloquemos tudo a perder.
Minha torcida é para que você, tanto quanto eu, esteja desejoso de que o sol seque a argila que o outro utiliza, vendo suas produções se solidificarem.